Ontem vivemos um momento especial na Oficina de Fotografia, foi o dia de escolher a sequência de imagens para a edição do nosso trabalho final. Contámos com a presença inspiradora da fotógrafa Andrea Santolaya, que partilhou connosco não só a sua experiência, mas também a sensibilidade com que olha para a fotografia como forma de contar histórias.
A Andrea ensinou-nos que escolher uma fotografia vai muito além de identificar aquela que “ficou melhor”. É preciso pensar na narrativa que queremos transmitir. Cada imagem deve ter um propósito dentro da sequência, deve ter algo a dizer. Falou-nos da importância da composição, da perspectiva, do ponto de vista pessoal que trazemos para o olhar fotográfico. Alertou-nos para a densidade visual, para o contraste, e para a forma como tudo isso contribui para criar emoção e significado.
Entre as histórias que nos contou, destacou-se a de um dos seus professores nos Estados Unidos, Philip Perkis. Um fotógrafo com 92 anos que, apesar de ter perdido a visão de um olho devido a um problema de saúde, encontrou aí um novo impulso criativo. Perkis afirmou que foi após essa experiência que começou a tirar as suas melhores fotografias, porque passou a ver de forma mais intensa, mais consciente, mais atenta. Desenvolveu um olhar estético mais apurado, confiando na sensibilidade e na intuição, através da lente.
Foi uma lição não só sobre fotografia, mas sobre superação, dedicação e paixão. Uma aula que ficará connosco, não só pelas imagens que vamos criar, mas pelo modo como aprendemos a olhar.
Gratidão, querida e doce Andrea Santolaya por tudo e por tanto, és uma pessoa muito especial para nós.